O MEDIDOR CAUSAL OU... DESEMPREGO!

Em um passado remoto, o Criador nos punindo, determinou:“Ganharás o pão com o suor do teu rosto”!Desde então, o homem teve que trabalhar para o seu sustento. No princípio, as terras eram vastas e todos podiam explorar livremente a agricultura e a pecuária, porém, aos poucos, os mais espertos foram tomando conta do terreno e dos próprios irmãos, surgindo, daí, os menos favorecidos servindo aos outros mais esclarecidos mentalmente ou, monetariamente, sem que isso significasse em falta de capacidade funcional do que servia. Hoje...O automatismo das máquinas foi minando o trabalhador e os diminuindo na oferta de trabalho, em detrimento dele e de seus dependentes.O mercantilismo foi corroendo a mão de obra menos qualificada que, embora andando como os ponteiros dos segundos, o faziam sessenta vezes menos do que o minuto a dispor dos patrões, entretanto, os patrões, girando na órbita do lucro, também percorriam sessenta vezes menos que a hora à disposição dos empresários poderosos e, às vezes, internacionais.Necessário seria que os nossos dirigentes atuassem como um relojoeiro, para fazer a distribuição de trabalho e lucro em equidade entre a hora, minuto e o segundo, ocasião em que, o lucro imenso sendo dividido, sobraria o suficiente para todos, entretanto, não atuando! O Governo permitiu a exploração do empregado humilde e, pior! Com a cibernética, eles foram perdendo o emprego para as máquinas e para outros iniciantes, estes, recebendo salários menores do dono da “hora” e do “minuto”!Com o passar do tempo, a ferrugem do descaso foi emperrando os ponteiros dos segundos, transformando os trabalhadores em meros camelôs de bagatelas e fazedores de pequenos serviços que lhes dão apenas o suor sem o ”Pão“...Para acabarmos com essa situação grave é necessário:Desempilhar, desencalhar, esmerilar, desempoçar, desempoleirar, desencabeçar, dissuadir e, acabar com o... Desemprego! A SOLUÇÃO... > Tirar da pilha todos os documentos relativos ao trabalho, empresas etc. Que existam estagnados no Congresso, se necessário, trocando os nossos representantes.>Retirar o pó das mentes dos dirigentes, em beneficio dos trabalhadores que são a mola mestra do país.>Mergulhar ao fundo do poço à procura de soluções fáceis e rápidas para o desemprego, sem nenhuma perda de tempo ou promessas vãs, já que o estômago vazio descompassa os ”segundos” também em prejuízo das “horas” e, dessa forma, dos patrões.> Descartar dirigentes que se apegam ao poleiro do poder usando às suas garras para o continuísmo, sem utilizarem do discernimento e da compaixão para a solução dos problemas dos sedentos “segundos”.> Mudar a escolaridade dos desempregados e seus futuros colegas de amargura, convencendo-os a se aprimorarem na profissão, para o confronto com a máquina aliada a maus dirigentes que não decidem o correto para eles.>Finalmente, que os desempregados se aliem aos que estão pendentes de demissão e se armem com as suas ferramentas de trabalho e, nunca, com a violência! Procurando um bom relojoeiro que diminua a distância entre os “segundos” e a “hora” praticando a real distribuição da renda e do trabalho.
A seguir, um poema meu (inédito) alusivo ao texto:
O metalúrgico, no ferro se queimou,
Mãos retorcidas, estômago... Carente!
A usina sem compaixão o dispensou:
À sua família, do luxo foi a... Indigente!
O lojista trêmulo a cortar tecido,
Barriga vazia colada ao balcão,
Recebe o “acerto” e é despedido
Se afundando no palco da ilusão!
Pedreiros, demitidos pelos patrões,
Só ficando alguns para o automatismo,
No ventre, trazem grãos de feijões:
Pra máquina... Óleo do continuísmo!
O motorista, diariamente, faz entrega,
Por vias de crucial congestionamento,
Mas, o patrão, para não fugir a regra:
Dispensa-o pra diminuir o pagamento.
O professor! Que já foi nome de avenida,
Sem livro, prédio, cadeiras ou pagamento,
São exonerados pelo rinoceronte falida
Da máquina do Estado sem enxugamento.
Desempoado e de jaleco, o engenheiro
Sai dos estudos direto para o trabalho,
Ao primeiro problema com o dinheiro,
Perde a função e, na feira, vende... Alho!
Médico formado, com saber facultativo,
Hospitais fechando... Fileira de doente!
INSS lhes pagando consulta/donativo:
De médico, também passa a... Indigente!
Os lavradores, que antes eram...Agricultores!
Do vergel passou a morar no deserto,
Bancos, em empréstimos, viraram tutores...
Foram expulsos para a favela mais perto!
O lanterneiro retocava a lataria
De veículos ainda em circulação,
O desemprego trouxe a carestia
E o seu labor virou... Crucificação!
A inflação habilmente escondida
Esfarrapou o salário já minguado:
A doméstica foi logo despedida.
E o seu sustento, na pia... Desaguado!
Sebastião Antônio BARACHO.

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