Carro do futuro

Empresa inglesa Morgan lança carro movido a hidrogênio no 78° Genebra Car Show

Por Mariana Pastore




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Que álcool, que nada! Parece que o futuro no que diz respeito a combustível de carros pertence mesmo ao hidrogênio. Depois de montadoras como Honda, BMW e GM apresentarem um modelo do tipo, a tradicional inglesa Morgan exibiu a sua criação no 78° Genebra Car Show, ocorrido nas últimas semanas. A empresa, que mantém em produção modelos semelhantes desde sua fundação, há 72 anos, exibiu o conceito Lifecar - ou ´carro da vida´ -, movido a hidrogênio. O automóvel foi desenvolvido em 12 meses por um consórcio da marca com as empresas QinetiQ, BOC e OSCar, em conjunto com as universidades Cranfield e Oxford.

Como funciona?


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O projeto surgiu da idéia de unir as melhores características dos carros esportivos - a velocidade e o design - a emissão zero de poluentes.

O hidrogênio é o elemento que existe com mais abundância na Terra. Partindo desse pressuposto, escassez de combustível não será um assunto recorrente no futuro, caso o conceito seja introduzido no mercado. O LifeCar transforma o hidrogênio em eletricidade, assim, emite apenas vapor d´água de seu exaustor como resíduo.

O modelo futurista utiliza células de combustível avançadas e um sistema de armazenamento de energia que proporciona a autonomia de 400 km por tanque de hidrogênio. Essas células produzem cerca de 22 kilowatts - aproximadamente um quinto da força de um típico motor de combustão - mas não estocam tanta energia, o que permite que ela seja liberada com muito mais rapidez. Por meio de um processo eletroquímico, o Lifecar combina o combustível transportado no tanque do carro com o oxigênio do ar, o que gera a eletricidade necessária que alimenta o motor.

Em casos de maiores esforços, como aceleração ou subir uma montanha, o Lifecar puxa força extra de um banco de ultra-capacitadores alinhados dentro do carro.


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Em função da eficiência e bom desempenho, o veículo precisava de um peso baixo, o que resultou em chassi de alumínio e interior leve, feito de madeira, incluindo os assentos. O carro também não possui nenhum tipo de luxo, como sistema de som, travas elétricas ou airbags. O objetivo de manter o peso máximo em 700 kg foi alcançado. Além disso, caixa de câmbio e ronco do motor estão ausentes, já que as células de combustível produzem muito pouco barulho.

Os fabricantes afirmaram que o automóvel possui aceleração de 0 a 96 km/h em apenas 7 segundos e pode chegar a 150 km/h. Porém, a aceleração precisa deve ser conhecida de fato após o primeiro test drive.

O projeto que levou quase três anos para ser concluído, custou cerca de 1,9 milhões de libras esterlinas - o equivalente a quase 6,4 milhões de reais - e foi parcialmente financiado pelo governo britânico.

Após a exibição em Genebra, a Morgan não descarta a produção do veículo, em caso de boa aceitação por parte do público. Um dos construtores do projeto divulgou que dentro de um ano o modelo-conceito deve chegar às ruas dos principais países do continente europeu.

Parece que não vai ser tão cedo assim...


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Os críticos de automóveis movidos a hidrogênio afirmam que esse tipo de veículo usa uma grande quantidade de eletricidade, produzida atualmente nas usinas que queimam combustíveis fósseis. Portanto, não beneficiam o meio ambiente. Eduardo Pereira de Carvalho, diretor estratégico da ETH Bioenergia, avalia que ainda vai demorar para o hidrogênio ganhar o mercado dos combustíveis para automóveis por razões pontuais: "Em primeiro lugar, uma das formas mais simples de obtenção do hidrogênio é retirá-lo da água - H2O. Mas, para separá-lo da molécula de oxigênio, é preciso fazer o processo chamado eletrólise e, para isso, é necessário o uso de energia, proveniente de outro combustível."

Ainda explica que há pouca infraestrutura para armazená-lo em postos de abastecimento. "O hidrogênio pode ser estocado no estado líquido, mas é um processo difícil porque deve ser resfriado a -253°C. Também pode ser armazenado como gás, e em caso de estocar uma quantia razoável, deve ser pressurizado. Apesar desta técnica de estocagem ser útil para a utilização do hidrogênio como combustível de aquecimento, não é para utilização em veículos, pois os tanques de metal pressurizados necessários são muito caros.", completa Carvalho.


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Apesar de o hidrogênio apresentar suas vantagens como combustível para veículos, ainda tem um longo caminho de desenvolvimento a percorrer antes de poder ser utilizado como um substituto para a gasolina e o álcool. Parece que, por enquanto, o Lifecar vai ficar ainda só no conceito ´carro conceito´.

Fonte: http://www.guiadasemana.com.br

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